fundada em 1967 por José Marcon e Ary Paulo Portolan, dois ex-sócios da Madal, da qual se afastaram no ano anterior. Embora inicialmente tenha se anunciado como “oficina mecânica especializada em conserto de tratores“, a empresa já iniciou sua trajetória construindo máquinas pesadas. Dois anos depois redefiniria seu âmbito de atividades como “fábrica de implementos hidráulicos, agrícolas e rodoviários“. Os primeiros equipamentos pesados produzidos pela Marcoplan foram as empilhadeiras MP-E3-00 e MP-E7-00, para 3,0 e 7,0 t e elevação até 5,0 m. Fabricadas segundo projeto próprio, a primeira era equipada com motor Willys de 57 cv a gasolina e, a segunda, com opção de motor Chevrolet a gasolina (142 cv), Mercedes-Benz (94 cv) ou Perkins (110 cv). Estas foram das primeiras empilhadeiras brasileiras a diesel (até então as máquinas utilizavam somente gasolina como combustível). Ambas traziam direção hidráulica e caixa de câmbio Chevrolet de quatro marchas (a máquina de 3,5 t com reversão). Em 1968 os equipamentos ganharam nova nomenclatura: MPE 3-00-00 e MPE 7-00-00. No ano seguinte foi introduzida a versão MPE 8-00-00, para 8,0 t. Como resultado da fraca estrutura fabril e do alegado estoque insuficiente de componentes, a produção inicial foi muito reduzida (13 unidades em 1969, 37 em 1970 – cerca de 10% do que fornecia cada uma das grandes Clark, Hyster e Yale). Ainda assim, a empresa não deixou de investir no desenvolvimento de novos equipamentos e, em 1971, além de lançar um modelo de três toneladas a diesel (MWM de 52 cv) e de projetar outro, com 2,5 t a gasolina, buscou na Alemanha tecnologia para a introdução de transmissão automática nas suas máquinas. Em 1971 a Marcoplan construiu o primeiro guindaste florestal gaúcho, projetado a partir de um modelo finlandês Valmet. No início do ano seguinte iniciou a fabricação em série do modelo guindaste MP-31806, montado em tratores ou caminhões, com giro de 360o, capacidade para 3,3 t e alcance horizontal de 6,0 m e vertical de 4,0 m. O equipamento podia receber grande variedade de acessórios, entre os quais garfos para paletes, garras para toras e caçambas. No mesmo ano a empresa passou a oferecer lâminas frontais e centrais para tratores agrícolas; de acionamento hidráulico, eram montadas em chassi próprio adaptável a diversas marcas de tratores. A seguir lançou mais dois guindastes embarcados, para 1,3 e 4,0 t, e duas novas empilhadeiras, para 4,0 e 5,0 t (MP-4 e 5), com motor MWM de 52 cv e 56 cv. Em 1972 a Marcoplan se transformou em Sociedade Anônima e dois anos depois deu início à construção de nova fábrica. No final do ano seguinte a empresa alcançaria a marca de 150 empilhadeiras e 400 guindastes produzidos. Em 1975 introduziu em linha três novas empilhadeiras – duas versões mais leves, com capacidade para 1,0 e 1,5 t (Marcoplan Júnior, com motor diesel Agrale refrigerado a ar de 16 cv ou VW 1300 a gasolina ou GLP), e uma para 10,0 t (MP-10, a mais pesada do país), com elevação de até 6,0 m e quatro opções de motor – três a diesel (Mercedes-Benz de 110 cv, Perkins e MWM de 114 cv) e um a gasolina, sob encomenda (Chevrolet de 152 cv). Também passou a equipar parte de suas máquinas com transmissão hidrostática – mais um de seus pioneirismos. Além dos gastos com o desenvolvimento de produtos, a Marcoplan teve que realizar grande esforço financeiro para estruturar a planta e aumentar a capacidade de produção. Os investimentos realizados se refletiram positivamente nas vendas (que cresceram de 48 unidades, em 1974, para 89 no ano seguinte e 154, em 1976), porém endividaram em excesso a empresa, situação agravada pela crise geral do setor, iniciada em meados de 1975. Em abril de 1977 85% do controle foi repassado para a Madal, que a partir daí passou a produzir as empilhadeiras e os guindastes com a sua marca. Ao ser vendida, a Marcoplan tinha prontos seus dois primeiros guindastes autopropelidos, com capacidade para 7,0 e 9,0 t e motor Perkins de 114 cv, imediatamente lançados pela Madal em maio de 1977.
Fonte das informações: Site Lexicar Brasil
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José Roberto Waikamp
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